segunda-feira, setembro 07, 2015

OFÉLIA IV





Era estranho revisitá-la,
mais ainda não ser notado, sempre.

Notório era o fato de minha presença
sequer fazer falta.
O lugar independia de mim, de qualquer vivente.

O frio era cortante,
Sentia-o no ardor das narinas,
no nariz ardente.

Meus óculos escuros descansavam
minha visão, deixavam a luz da lua
amena e a ausência sua se fazia nua
em meu peito e pensamento também.


Marcelo Finholdt

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"Somos escravos do que dizemos e escravizadores do silêncio."