quinta-feira, julho 19, 2018

OFÉLIA VII



A fonte do monte
Borboleta serena
Em frente defronte
Pulsante pequena

Pequena pulsante
Caudalosa vibrante
Muy hermosa 
Cheirosa e formosa

Orquídea espinhos
E as plantas carnívoras
Trocando carinho
Sem senso das horas.

Finholdt, Marcelo (julho de 18)

OFÉLIA VI



Estava por toda parte
voava a esmo era alada
pousava em flores com arte
expressava-se calada

Tinha as pétalas beijadas
brilhava no escuro assim:
silenciava-se molhada
bailava assim, sobre mim

Remetia-nos aos céus
trans[pirava]-se em jasmim
desfazia-se dos véus
Suava, gemia enfim...

Finholdt, Marcelo (fevereiro de 18)

segunda-feira, janeiro 04, 2016

OFÉLIA V




O Sol se punha no horizonte
e outra chama era acesa.
Vinho e queijos na mesa
do casal sem igual:
sem problemas com o frio,
com o Rio e a Corrente
que esticava o Fio.
Teciam os dias, as noites,
madrugadas e manhãs;
produziam fumaça,
derretiam o gelo:
aqueciam a cabana
de dentro para fora...


Marcelo Finholdt – 04/01/2016

https://www.youtube.com/watch?v=Pxj9a16p2as

segunda-feira, setembro 07, 2015

OFÉLIA IV





Era estranho revisitá-la,
mais ainda não ser notado, sempre.

Notório era o fato de minha presença
sequer fazer falta.
O lugar independia de mim, de qualquer vivente.

O frio era cortante,
Sentia-o no ardor das narinas,
no nariz ardente.

Meus óculos escuros descansavam
minha visão, deixavam a luz da lua
amena e a ausência sua se fazia nua
em meu peito e pensamento também.


Marcelo Finholdt

domingo, novembro 07, 2010

Ofélia III


Nos ventos,
na vida,
a seiva
sempre
nos
remete,
nus
ao vento...
...ou à terra.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Ofélia II


Por Marcelo Finholdt

No regaço da vida:
pensei maior, menor...
Sonhei distâncias, idas;
sonhei cores, de cor...

No regaço do sonho:
sonhei em branco e preto,
então cores reponho:
almas, versos, sonetos!

sábado, janeiro 16, 2010

Ofélia I

http://www.youtube.com/watch?v=FE3YYJCsSug



Ofélia I

Por Marcelo Finholdt

Vi Ofélia nos campos de trigo.
Vi ao longe, colhia...
Vinha de longe o olor da camponesa.

Estranho o vento;
contém sem conter, sem reter...
Trouxe Ofélia nos braços,
deixou-a bem ao meu lado.
Eu? Senti o perfume da presença.
O vento? Desapareceu misteriosamente.

Foi assim que... pela primeira vez
fundi-me à pele dela,
ela nem percebeu,
foi num supetão e,
ao mesmo tempo, muito sutil...